Márcia e os irmãos não conseguiram aproveitar aquele passeio, sabendo que a mãe estava sofrendo, sozinha em casa, a dor da rejeição e insistiram com o pai para que não se demorassem na praia. Quando finalmente voltaram, encontraram-na prestes a cometer suicídio.
- Meu pai decidiu então se separar definitivamente. Morávamos no Rio e ele queria se mudar para São Paulo, mandou que minha mãe procurasse saber dos seus direitos. Ela deixou que os filhos escolhessem com quem ficariam. Meus irmãos optaram por ficar com ela, mas eu não consegui escolher. Sofri muito, porque eu amava os meus pais e sabia que algo errado estava acontecendo com o meu pai, para que agisse daquele jeito. Ele já tinha até montado uma casa para a amante, enquanto nós morávamos “de favor”, como se costuma dizer – recorda.
Naquela época a família freqüentava centros de prática de macumbaria e feitiçaria, mas exatamente naquele dia Rozenda ligou o rádio e, ouvindo uma programação da Igreja Universal do Reino de Deus, decidiu participar da Corrente da Família.
- Apenas um mês depois, meu pai começou a levoupara a nossa casa o que estava na casa da amante, e voltau a passar os finais de semana conosco. Deixamos de morar “de favor” e Deus foi dando a prosperidade.
Vendo aquela transformação, decidi ir também para a Igreja Universaldo Reino de Deus, mas a minha conversão só veio mais tarde – relata.
Vendo aquela transformação, decidi ir também para a Igreja Universaldo Reino de Deus, mas a minha conversão só veio mais tarde – relata.
Ela explica que suas idas frequentes à igreja eram motivadas pela gratidão ao Senhor Jesus e por sentir que aquele era o caminho, mas o verdadeiro encontro com Deus aconteceu aos 17 anos de idade. - O casamento dos meus pais foi totalmente transformado. Hoje, um não sai sem o outro – afirma ela, sem conseguir esconder o sorriso de felicidade.
Diferente da esposa, Romualdo Panceiro experimentou na infância o conforto e a fartura proporcionados pelo pai que era alto funcionário do Estado Maior no Rio de Janeiro e falava vários idiomas.
- Nós vivíamos muito bem, tínhamos uma casa ampla de classe média alta. Mas devido a um trabalho de bruxaria as coisas mudaram. Meu pai, José da Silva, da noite para o dia.
Ele lembra que muitas vezes a Polícia era chamada e seu pai era retirado de casa com camisa-de-força, sendo levado para uma instituição psiquiátrica. Certa vez, ao retornar de uma dessas internações, tentou enforcá-lo. Diante dos seus gritos, o pai o largou e ele, então, embora bem pequeno, conseguiu pular a janela e fugir.
Continua amanhã ás 10h de Brasília
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