sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Deus é justo!


Ó SENHOR Deus, até quando clamarei pedindo ajuda, e tu não me atenderás? Até quando gritarei: “Violência!”, e tu não nos salvarás? Por que me fazes ver tanta maldade? Por que toleras a injustiça? Estou cercado de destruição e violência; há brigas e lutas por toda parte. Por isso, ninguém obedece à lei, e a justiça nunca vence. Os maus levam vantagem sobre os bons, e a justiça é torcida – Habacuque 1.2-4

Habacuque estava vivendo uma crise de fé. Ele estava vendo os babilônios invadirem a terra de Judá e conquistarem seu povo. Como profeta, ele sabia que Deus estava permitindo aquilo por causa dos pecados do seu povo. Deus estava usando os babilônios para castigar o povo de Israel. Mas, o que Habacuque não entendia era por que Deus estava punindo o pecador povo de Israel usando um povo mais pecador ainda. Se Israel era culpado de idolatria, esta não chegava nem aos pés da idolatria de Babilônia. Habacuque estava confuso com o agir de Deus.

Todos estão sujeitos a entrar numa crise de fé principalmente quando não entendem a forma de Deus agir ou de não agir. A crise começa quando pensamos que a mente de Deus é igual a nossa, quando nos esquecemos que os seus pensamentos são mais altos que os nossos (Is 55.9). A crise pode vir quando vemos alguém doente, sabemos que Deus tem o poder de cura-lo, oramos, mas isso não acontece. A crise pode vir quando vemos tragédias caírem sobre pessoas justas. A crise pode vir quando se vê os ímpios prosperando em seus caminhos e realizando seus sonhos, enquanto aquele que acredita em Deus parece que vai ficando para trás (Sl 73).

A verdade é que Deus sabe muito bem o que faz e o que deixa de fazer. Ele é justo e amoroso. Existe algo que machuca muito seu coração: quando desconfiamos dele. Ele nos dá mil e um motivos para acreditarmos no seu amor, na sua sabedoria e na sua justiça, mas, ao vermos algo que não compreendemos deixarmos de confiar nele. Isso machuca seu coração. Esse foi um dos motivos que fez com que o povo de Israel não entrasse na terra prometida, mas somente seus filhos. Diante dos primeiros obstáculos eles não clamavam pedindo socorro, eles reclamavam e murmuravam. Uma das coisas que Deus mais quer é que confiemos nele.

Mas o que fazer quando enfrentamos essas crises? Devemos fazer o mesmo que Habacuque fez, devemos nos colocar em nossa torre de vigia e clamarmos à Deus:

“Vou subir a minha torre de vigia e vou esperar com atenção o que Deus vai dizer e como vai responder à minha queixa” (Hc 2.1).

Talvez Ele nos dê uma explicação como fez com Habacuque. Deus mostrou a ele que os babilônios estavam sendo um instrumento de Deus para disciplinar o povo de Israel, mas, o dia deles mesmos (os babilônios) serem julgados iria chegar (Hc 2.16). O povo de Israel estava sendo disciplinado como filhos e, após aprenderem a lição seriam restaurados, mas, os babilônios seriam exterminados. Agora as coisas faziam mais sentido para Habacuque.

Talvez Deus nos responda com o que Jesus disse à Pedro: “O que eu faço agora você não entende, mas intenderá depois” (Jo13.7).

Talvez Deus nos responda como Jesus respondeu para João Batista que se encontrava preso: “Felizes aqueles que não abandonam sua fé em mim” (Mt 11.6).

Talvez Deus nos responda simplesmente colocando paz em nosso coração (Rm 15.13).

Alguns, ao enfrentarem uma crise de fé não recorreram a Deus, preferiram abandona-lo. Estes não quiseram saber de um Deus que não se encaixe nas suas perspectivas. Outros recorrem a Deus e são curados e saem com uma fé mais fortalecida. Estes sabem que ainda que não entendam o que Deus está fazendo, podem confiar nEle. Habacuque experimentou isso e, ao ser sarado, declarou:

“Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não deem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus o meu Salvador. O Senhor é a minha força ele torna o meu andar firme como de uma corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro” (Hc 3.17-19).

Quem recorre a Deus, ainda que tenha vacilado na fé, voltará a caminhar firme e subirá novamente para a montanha da comunhão com Deus onde estará seguro.

Bp. Augusto Dias (Angola)
Colaboração de Pr. Paulo Junior

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